


Queres fiado…Toma!
Quem é que nunca ouviu esta expressão? A sua origem deve-se ao famoso Zé Povinho, personagem nascida pelas mãos de Rafael Bordalo Pinheiro a 2 de junho de 1875. O seu nome não foi escolhido ao acaso e o seu contexto também não.
Foi nas folhas do seu jornal humorístico A Lanterna Mágica, que Rafael deu a conhecer o Zé Povinho ao Mundo numa caricatura alusiva ao Santo António que se celebra a 13 de junho. Na imagem está representado um peditório para o Santo com um altar e um rapaz que pede dinheiro a quem passa. O rapaz tem a cara de António Serpa Pimentel, Ministro das Finanças, e o Santo António está representado como sendo Fontes Pereira de Melo, o Chefe do Governo, que tem ao colo um menino com a cara do Rei Dom Luís. Sentado ao lado, com ar severo e de chicote está o comandante da Guarda Municipal. A pessoa que passa, e é abordada para dar dinheiro, é uma personagem de barba que coça a cabeça com um ar confuso enquanto paga. Nas suas calças conseguimos ler “Zé Povinho”.
Nasceu assim esta personagem simbólica para os portugueses. É utilizado para representar o povo português numa das marcas mais características, como por exemplo, o pagamento de impostos, carga fiscal e pelo abuso do poder instituído. Rafael também utiliza o Zé Povinho para retratar todo um povo que não é capaz de se impor às normas.
O primeiro nome representa todos os portugueses. No entanto, o apelido tem outro significado: “Povo é a Nação, na cartilha constitucionalista do regime, é no diminutivo “inho”, com que a língua portuguesa exprime o afeto e o desdêm, que a figura se define e se torna Ninguém, sendo toda a gente”*.
Zé Povinho foi a criação mais conhecida de Rafael Bordalo Pinheiro. Bordalo foi o mais célebre artista plástico, caricaturista e ilustrador português do século XIX. Estudou no conservatório, na escola de Belas Artes, em Letras e na escola de arte Dramática, mas foi através do jornalismo e da caricatura que ficou conhecido.
Produziu uma enorme quantidade de desenhos, litografias e ilustrações que foram publicadas tanto em Portugal como no estrangeiro. Foi fundador do periódico “António Maria” que consagrou a figura do Zé Povinho. “António Maria” referem-se aos dois primeiros nomes da figura política mais importante daquela época António Maria Fontes Pereira de Melo. Em paralelo, exerceu atividade como ceramista na fábrica de faiança das Caldas da Rainha onde criou um estilo próprio que vive até hoje.
A figura do Zé Povinho teve um enorme sucesso, tendo sido adotado por outros artistas.
É a figura de um homem comum, eternamente explorado e enganado pelos políticos. Podemos ver esta figura no nosso dia a dia como adereço nas tabernas, lojas ou nas famosas cerâmicas das Caldas da Rainha.
Nasceu assim um ícone importante para todo um povo.
Vê mais curiosidades sobre outras expressões aqui.
Pelas Tradições
A Equipa das Inspirações
*Raquel Henriques da Silva, investigadora do Instituto de História da Arte da NOVA FCSH, no artigo (2007) sobre a ambivalência desta personagem.
Queres fiado…Toma!



Quem é que nunca ouviu esta expressão? A sua origem deve-se ao famoso Zé Povinho, personagem nascida pelas mãos de Rafael Bordalo Pinheiro a 2 de junho de 1875. O seu nome não foi escolhido ao acaso e o seu contexto também não.
Foi nas folhas do seu jornal humorístico A Lanterna Mágica, que Rafael deu a conhecer o Zé Povinho ao Mundo numa caricatura alusiva ao Santo António que se celebra a 13 de junho. Na imagem está representado um peditório para o Santo com um altar e um rapaz que pede dinheiro a quem passa. O rapaz tem a cara de António Serpa Pimentel, Ministro das Finanças, e o Santo António está representado como sendo Fontes Pereira de Melo, o Chefe do Governo, que tem ao colo um menino com a cara do Rei Dom Luís. Sentado ao lado, com ar severo e de chicote está o comandante da Guarda Municipal. A pessoa que passa, e é abordada para dar dinheiro, é uma personagem de barba que coça a cabeça com um ar confuso enquanto paga. Nas suas calças conseguimos ler “Zé Povinho”.
Nasceu assim esta personagem simbólica para os portugueses. É utilizado para representar o povo português numa das marcas mais características, como por exemplo, o pagamento de impostos, carga fiscal e pelo abuso do poder instituído. Rafael também utiliza o Zé Povinho para retratar todo um povo que não é capaz de se impor às normas.
O primeiro nome representa todos os portugueses. No entanto, o apelido tem outro significado: “Povo é a Nação, na cartilha constitucionalista do regime, é no diminutivo “inho”, com que a língua portuguesa exprime o afeto e o desdêm, que a figura se define e se torna Ninguém, sendo toda a gente”*.
Zé Povinho foi a criação mais conhecida de Rafael Bordalo Pinheiro. Bordalo foi o mais célebre artista plástico, caricaturista e ilustrador português do século XIX. Estudou no conservatório, na escola de Belas Artes, em Letras e na escola de arte Dramática, mas foi através do jornalismo e da caricatura que ficou conhecido.
Produziu uma enorme quantidade de desenhos, litografias e ilustrações que foram publicadas tanto em Portugal como no estrangeiro. Foi fundador do periódico “António Maria” que consagrou a figura do Zé Povinho. “António Maria” referem-se aos dois primeiros nomes da figura política mais importante daquela época António Maria Fontes Pereira de Melo. Em paralelo, exerceu atividade como ceramista na fábrica de faiança das Caldas da Rainha onde criou um estilo próprio que vive até hoje.
A figura do Zé Povinho teve um enorme sucesso, tendo sido adotado por outros artistas.
É a figura de um homem comum, eternamente explorado e enganado pelos políticos. Podemos ver esta figura no nosso dia a dia como adereço nas tabernas, lojas ou nas famosas cerâmicas das Caldas da Rainha.
Nasceu assim um ícone importante para todo um povo.
Vê mais curiosidades sobre outras expressões aqui.
Pelas Tradições
A Equipa das Inspirações
*Raquel Henriques da Silva, investigadora do Instituto de História da Arte da NOVA FCSH, no artigo (2007) sobre a ambivalência desta personagem.