Aqui há Brinde

07 de janeiro de 2021


Chegou em meados de 1869 a Portugal. Com ele trazia escondido a fava e o brinde. Mas qual a história por trás destes dois adereços no nosso tão aclamado bolo-rei?
Foi na corte do rei Luís XIV que surgiu o “bolo-rei”, que se fazia especificamente para a época de Natal.

A Confeitaria Nacional, na baixa pombalina, em Lisboa, foi a primeira casa em Portugal a realizar esta iguaria natalícia, pelas mãos de confeiteiro Gregório, que se baseou numa receita secreta de bolo-rei que Baltazar Castanheiro Júnior trouxera de Toulouse, em 1869.

Como curiosidade, inicialmente, além da fava, colocada em todos os bolos-rei, alguns ocultavam prémios valiosos em ouro ou prata.

Quem nunca comeu uma fatia de bolo com a ansiedade de descobrir o brinde ou o receio de dar com os dentes numa fava? Esta tradição vem de rituais pagãos. Colocar um brinde dentro do bolo-rei nasceu com o culto dos Mortos, onde a alma teria de atravessar o rio e entregar uma moeda ao Barqueiro Caronte. Caronte era o mítico barqueiro de Hades que transportava as almas mortas ao seu destino e exigia um pagamento, daí os primeiros brindes serem moedas mais ou menos valiosas.

No que diz respeito à fava, a sua origem estará num ritual romano em que o rei da festa do banquete das Saturnais era eleito através de sortes tiradas com favas. Neste caso, a quem calha a fava tem a responsabilidade de comprar o bolo-rei no ano seguinte.

Uma tradição que sobreviveu durante os reinados seguintes.

Já na República, Salazar chegou, posteriormente, a proibir a colocação da fava e do brinde, no bolo-rei, cujo nome também não agradava, mas anos mais tarde voltou a ser permitido.

O bolo-rei, contrariamente ao que se pensa nos últimos anos, pode continuar a ser confecionado e comercializado como manda a tradição, com brinde e fava, desde que obedeça aos requisitos previstos pela legislação.

Sabe mais sobre a origem do Rei dos Bolos bem como a sua receita aqui.

Pelas Tradições

A Equipa das Inspirações

Aqui há Brinde

07 de janeiro de 2021


Chegou em meados de 1869 a Portugal. Com ele trazia escondido a fava e o brinde. Mas qual a história por trás destes dois adereços no nosso tão aclamado bolo-rei?
Foi na corte do rei Luís XIV que surgiu o “bolo-rei”, que se fazia especificamente para a época de Natal.

A Confeitaria Nacional, na baixa pombalina, em Lisboa, foi a primeira casa em Portugal a realizar esta iguaria natalícia, pelas mãos de confeiteiro Gregório, que se baseou numa receita secreta de bolo-rei que Baltazar Castanheiro Júnior trouxera de Toulouse, em 1869.

Como curiosidade, inicialmente, além da fava, colocada em todos os bolos-rei, alguns ocultavam prémios valiosos em ouro ou prata.

Quem nunca comeu uma fatia de bolo com a ansiedade de descobrir o brinde ou o receio de dar com os dentes numa fava? Esta tradição vem de rituais pagãos. Colocar um brinde dentro do bolo-rei nasceu com o culto dos Mortos, onde a alma teria de atravessar o rio e entregar uma moeda ao Barqueiro Caronte. Caronte era o mítico barqueiro de Hades que transportava as almas mortas ao seu destino e exigia um pagamento, daí os primeiros brindes serem moedas mais ou menos valiosas.

No que diz respeito à fava, a sua origem estará num ritual romano em que o rei da festa do banquete das Saturnais era eleito através de sortes tiradas com favas. Neste caso, a quem calha a fava tem a responsabilidade de comprar o bolo-rei no ano seguinte.

Uma tradição que sobreviveu durante os reinados seguintes.

Já na República, Salazar chegou, posteriormente, a proibir a colocação da fava e do brinde, no bolo-rei, cujo nome também não agradava, mas anos mais tarde voltou a ser permitido.

O bolo-rei, contrariamente ao que se pensa nos últimos anos, pode continuar a ser confecionado e comercializado como manda a tradição, com brinde e fava, desde que obedeça aos requisitos previstos pela legislação.

Sabe mais sobre a origem do Rei dos Bolos bem como a sua receita aqui.

Pelas Tradições

A Equipa das Inspirações